Quem me conhece e acompanha a minha vida sabe que no passado ano passei momentos de grande dor e sofrimento devido à doença do meu pai. Foi sensivelmente em fins de Julho que acordamos para a realidade, e que notamos que estas coisas não acontecem só aos outros.
Felizmente na altura o processo foi liderado por um médico fora do serviço nacional de saúde, que contra a vontade da médica de família, encaminhou o meu pai, para aquilo que os médicos do IPO do Porto apelidam de "grande oficina".
Pois foi nesta "grande oficina" que passei mais de 90% do meu tempo entre Setembro e Dezembro. Três longos meses de angustia, dor, sofrimento, muitas lágrimas vertidas, muitos gritos de desespero.
Jamais esquecerei as horas que passei junto de quem me rodeava, na sala de espera da UCI, à espera de noticias que fossem melhores que as do dia anterior. Jamais esquecerei os quilómetros que percorri dentro do próprio hospital, atrás de médicos, em busca de respostas que me fizessem acreditar que era possível. Jamais esquecerei os amigos que diariamente -e quantas vezes escondido de reacções anormais- me ligavam a tentar saber noticias do estado de saude do meu pai.
Mas, jamais esquecerei também o corpo clínico -medico e enfermagem- do Hospital Professor Francisco Gentil. Absolutamente espectacular!!!!
Gente extraordinariamente bem preparada para lidar com os doentes e familiares. Gente com uma capacidade humana bem acima da média. Afecto, atenção, carinho e profissionalismo não são predicados fáceis de encontrar hoje em dia.
Assim, é com muito orgulho que dedico a minha homenagem a todo o corpo clínico do piso 8 do IPO do Porto.
O meu agradecimento especial à chefe de enfermagem Emília, por toda a atenção que me prestou, e todo o apoio que me deu para tentar acalmar e animar o resto da minha família. Sem duvida, que sem a sua preciosa ajuda e os esclarecimentos que me prestou não teria conseguido aguentar o "barco".
A todos o meu atrasado mas sincero obrigado.
3 comentários:
A vida reserva-nos verdadeiras surpresas... temos que estar preparados para elas, mesmo nao estando.
Mas aceitar o que nos aconteçe sem revolta, facilita. muitooo...
Sabermos passar por todas as coisas, viver todas as emoções e mesmo quando não perceberemos muito bem o porquê de uma determinada experiência, aceitar passar por ela com o coração aberto e pleno de aceitação.
Como dizia, mais acima, quanto mais aceitação for colocada na experiência, menos violenta esta fica.
Beijo de miudaaa e um hug apertadinhooo
Tu sabes provavelmente melhor que eu, o que é passar pela situação. Obrigado pelas tuas palavras de conforto. Sabes que SEMPRE estarei aqui.
Um beijo deste teu amigo de e para sempre!!!
Muito obrigada por colocar isso aqui. De facto, a gente nunca sabe quem ajuda quando enveredamos por um testemunho como o seu. Estou nos Açores mas por doença do meu adorado marido estamos a ser enviados para o IPO no Porto. E o que aqui encontrei veio dar-me ânimo. Mesmo quase não conhecendo a cidade vou com mais força, Bem-haja por isso!
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